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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Operário morre em obra da UPA

Era apenas o seu segundo dia de trabalho. O pouco tempo de serviço, porém, foi suficiente para que um ajudante de serralheiro fosse vítima de uma tragédia ontem no Jardim Olímpico. O homem, identificado apenas por Lindomar, foi encontrado morto com ferimentos de queimaduras, o que levanta a suspeita de que tenha levado um choque elétrico. A ironia é que a construção palco da morte foi a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Geisel-Redentor, cuja função, quando for inaugurada em 2014, será a de salvar vidas.
O caso ocorreu ontem por volta das 15h na quadra 10 da rua Antônio Manoel da Costa. No local, a vítima, que aparentava ter cerca de 40 anos, exercia o serviço desde anteontem. Como não havia sequer levado os documentos para a contratação, ele não foi identificado. Os funcionários do local sabiam somente seu primeiro nome: Lindomar.
O corpo foi encontrado por dois funcionários que estavam na laje ao lado de onde a vítima trabalhava. Segundo eles, nenhum barulho ou grito foi ouvido. Quando eles chegaram, o homem, que estaria arrumando algumas linhas, já estava caído e sem vida.
Pelo que a reportagem apurou, mesmo usando equipamentos de segurança como capacete e óculos de segurança, ele tinha queimaduras pelas mãos e um corte na cabeça. A principal hipótese é de que tenha levado um choque no local, uma vez que estava perto de alguns fios elétricos e de algumas máquinas. Porém, sabe-se também que ele também tinha problemas de saúde (leia mais abaixo).
A Polícia Militar (PM) esteve no local. A Polícia Científica também foi até a obra e realizou a perícia técnica. Os peritos, entretanto, disseram não poder afirmar a causa da morte, que será revelada somente em laudo posterior do Instituto Médico Legal (IML).
Até o fechamento desta edição, a vítima ainda não havia sido identificada. Como ele trabalhava há apenas dois dias na obra, ninguém sabia de detalhes de sua vida, nem mesmo o local onde morava.
“Hoje, ele disse que ia almoçar com sua família. Ele foi caminhando, por isso, achamos que ele morava aqui nas proximidades”, conta o serralheiro Carlos Gonçalves dos Santos, 62 anos, que encontrou o corpo de Lindomar.
Ele relembra ainda que a vítima parecia passar por grandes dificuldades financeiras. “O Lindomar me disse que não tinha o que comer. Então, ontem (anteontem), eu emprestei R$ 20,00 a ele”, completa.
Enquanto a Polícia Científica não chegava, havia a suspeita de que um volume no bolso da vítima fosse a carteira com os documentos. Porém, os policiais constataram que se tratava de dois maços de cigarro.
A construtora responsável pela UPA Geisel-Redentor é a Rio Obras, empresa de Mirassol. O responsável pela construtora, Cléber Rodrigo Mariano, 23 anos, afirmou que vai se empenhar em descobrir a identidade da vítima. Ele disse que já havia solicitado durante os dois dias de trabalho que Lindomar trouxesse seus documentos.
Questionado se não seria necessário obter os documentos antes que o funcionário começasse a trabalhar, o responsável pela construtora argumenta que essa é uma “prática comum em obras”. “Colocamos o anúncio e ele (Lindomar) veio dizendo que precisava muito trabalhar. Como havia vaga, deixamos ele trabalhando para que trouxesse os documentos posteriormente”. Por mais de quatro horas, o corpo ficou no local à espera do serviço funerário. O caso será investigado pela Polícia Civil.
Fonte: JCNET

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